terça-feira, 13 de abril de 2010

Terceira Guerra Samnita (298 a 290 a.C.)

Terceira Guerra Samnita ocorreu entre 298 e 290 a.C. Os samnitas organizaram uma coalizão contra Roma com etruscos, sabinos, lucanos, umbros e celtas do norte da península Itálica. Roma obteve vitórias fazendo frente a todos eles e reocupou Boviano em 298 a.C. As tropas samnitas fugiram para o norte atrás de etruscos e celtas e, em 295 a.C., a aliança lutou contra os romanos na Batalha de Sentino, na qual foram derrotados.

Após firmar a paz com os etruscos, Roma fundou a colônia Venusia, em Apúlia, para conter os samnitas, que finalmente se renderam em 290 a.C. Desde então, os samnitas foram obrigados a ceder tropas auxiliares para Roma, sendo paulatinamente assimilados pela cultura romana

Segunda Guerra Samnita (326 a 304 a.C.)

A Segunda Guerra Samnita, a mais longa de todas, ocorreu entre 326 e 304 a.C., após a Segunda Guerra Latina, na qual os samnitas apoiaram Roma. Os samnitas interpretaram como casus belli tanto o apoio que Roma brindou a Nápoles, ameaçada pelos samnitas, como a fortificação de Fregelas (328 a.C.), situada na margem oposta do Rio Liris, que, até o momento, havia sido a fronteira entre ambos os povos.

É possível distinguir duas fases do enfrentamento. Na primeira fase (327-321 a.C.), os romanos trataram de cercar o território samnita. Contudo, em 321 a.C., os samnitas cercaram o exército romano nas Forcas Caudinas, permitindo sua retirada em condições humilhantes. Em 316 a.C., Roma reiniciou os combates, mas foi novamente derrotada na Batalha de Lautulae (315 a.C.). Sua estratégia seguinte foi a construção da Via Apia, que a comunicava com Capua, fundando colônias ao longo de seu percurso para encerrar os samnitas dentro de seu território.

Em 310 a.C., os romanos venceram os etruscos (aliados samnitas desde 311 a.C.) na Batalha do Lago Vadimon, às margens do Rio Tibre. Após o avanço sobre a Apulia, os romanos tomaram Boviano, a capital samnita.

No fim da segunda guerra, em 304 a.C., Roma apoderou-se da Campânia.

Primeira Guerra Samnita (343 a 341 a.C.)

Durante anos, os povos que viviam nos Montes Apeninos haviam lutado para expandir-se até as terras baixas da Campânia e da costa do Mar Tirreno, mas tanto etruscos como latinos haviam impedido estas invasões. Os samnitas eram uma destas rudes tribos apeninas que haviam se expandido até a costa da Campânia, onde tiveram contato com a mais avançada civilização grega, e que se supunha sua saída natural para o mar para dominar, assim, os mercados do Mar Tirreno. Por sua vez, os bruttios e os lucanos pressionavam as colônias gregas da Magna Grécia, sendo Tarento (atual Taranto) a principal delas.

A Primeira Guerra Samnita foi breve, entre 343 e 341 a.C. Após derrotarem os auruncos, os romanos visavam conquistar também a Campânia, consolidando a fronteira oriental que, mediante o Rio Liris, colocaria em contato a República Romana com o Sâmnio. Os samnitas, por sua vez, começaram a pressionar os sidicinos da cidade de Cales, os quais buscaram a ajuda de Capua. Contudo, Capua foi derrotada pelos samnitas e então foi solicitada a ajuda de Roma. Desta forma, Roma teve a desculpa necessária para atacar seus antigos aliados, devido ao crescente interesse em expandir suas redes comerciais fora do Lácio e monopolizar os centros comerciais, visando diminuir sua dependência da agricultura.

Os romanos, comandados por Marco Valério Corvo, obtiveram algumas vitórias em Campânia e no próprio Sâmnio. Contudo, a guerra não foi bem vista em alguns setores da sociedade romana. Houve, inclusive, rebeliões em algumas guarnições romanas em Campânia, que foram reprimidas por Valerio Corvo.

A guerra terminaria, anos mais tarde, com um compromisso de paz no qual os samnitas reconheceram a adesão de Capua a Roma e dos interesses romanos em Campânia. Os romanos, por sua vez, entregaram os territórios sidicinos ao domínio samnita. Imediatamente, os aliados latinos de Roma se rebelaram contra esta, já que foram obrigados a lutar contra os samnitas sem serem consultados e se sentiram oprimidos pelo controle que Roma exercia sobre eles, razão pela qual ocorreu a Segunda Guerra Latina.

Guerras Samnitas

As Guerras Samnitas foram uma série de conflitos armados da Antiguidade, entre 343 a.C. e 290 a.C., nos quais a incipiente República Romana enfrentou o povo itálico dos samnitas, que dominavam os Montes Apeninos ao sul do Lácio, pelo controle da região central da Península Itálica. Ocorreram três guerras entre os dois povos, que terminaram com a completa submissão dos samnitas ao poderio romano.

O nome de Roma

O nome da cidade é geralmente relacionado com Rômulo, mas há outras hipóteses. Alguns sugeriram a palavra etrusca "rhome", com o significado de "duro", cognata com a palavra grega "ρώμη, rhōmē'’, força, vigor.[5]

Outros mencionam a Mitologia Romana, na qual se supõe que o nome se refere ao filho de Eneias ou Evandro. O estudioso basco Manuel de Larramendi pensa que a origem é a palavra basca "orma" (basco moderno "horma" = muro).

Roma é também chamada Urbs, nome que (no latim tardio geralmente significa qualquer cidade) veio de urvus, vala cavada por uma enxada, no caso a que foi aberta por Rômulo para marcar os limites da cidade.

Todo ano, no monte Capitolino, na noite de 21 de abril, um sino especial chamado Patarina toca do Campidoglio para comemorar a fundação de Roma. Na ocasião, o famoso canhão do Janículo permanece em silêncio, único dia do ano em que ele não soa

A data de fundação de Roma

Durante a República Romana, muitas datas foram atribuídas à fundação da cidade, no intervalo entre 758 a.C. e 728 a.C.. Finalmente, no Império Romano, a data sugerida por Marco Terêncio Varrão (116 a.C. - 27 a.C.) foi considerada a oficial, mas nos Fasti Capitolini o ano é 752 a.C.. Embora o ano varie, todas as versões concordam que o dia é 21 de abril, data do festival de Pales, deusa do pastoreio. O calendário romano ab urbe condita, porém, começa com a data de Varrão (753 a.C.)

Entre a data convencional da Guerra de Troia (1182 a.C.) e a data aceita para a fundação de Roma (753) há um intervalo de quatro séculos, razão pela qual os romanos, durante a República, criaram a lenda da dinastia dos reis de Alba Longa, de forma a preencher o vazio de 400 anos entre Eneias e Rômulo. Os vestígios arqueológicos, no entanto, demonstram que Lavínio, Alba Longa e Roma no seu início são

Rômulo e Remo

Trinta anos mais tarde, Ascânio funda uma nova cidade, Alba Longa, sobre a qual reinam seus descendentes. Cerca de 400 anos depois, o filho e legítimo herdeiro do rei Procas de Alba Longa, Numitor, é deposto pelo irmão Amúlio, que obriga a princesa Réia Sílvia a tornar-se Vestal (sacerdotisa virgem, consagrada à deusa Vesta).[3] e a fazer voto de castidade. Mas o deus Marte se enamora da jovem, que engravida e tem dois gêmeos, Rômulo e Remo. O rei Amúlio ordena que os gêmeos sejam mortos, mas o servo encarregado da tarefa não tem coragem de fazê-lo e os abandona na corrente do rio Tibre. A cesta com os gêmeos vai parar nas margens do rio em Velabro, entre os montes Palatino e Capitolino, onde os recém-nascidos são encontrados e cuidados por uma loba (provavemente uma prostituta, chamada na época de lupa, da qual se encontram traços na palavra lupanar). Em seguida o pastor Fáustulo os encontra e cria como filhos, com sua mulher, Aca Larência. Quando se tornam adultos e conhecem sua origem, Rômulo e Remo retornam a Alba Longa, matam Amúlio e repõem no trono seu avô Numitor.

Rômulo e Remo decidem então fundar uma nova cidade no local onde cresceram. Rômulo quer chamá-la Roma e edificá-la sobre o Palatino, enquanto Remo deseja batizá-la como Remora e fundá-la sobre o Aventino. É o próprio Tito Lívio quem se refere às duas versões de maior credibilidade dos fatos:

"Como eram gêmeos e o respeito à progenitura não podia funcionar como critério eletivo, cabia aos que protegiam aqueles lugares indicar, através dos auspícios, quem seria escolhido para dar o nome à nova cidade e reinar depois da fundação. Assim, para interpretar os auspícios, Rômulo escolheu o Palatino e Remo escolheu o Aventino. O primeiro presságio teria cabido a Remo. Como Rômulo estava afastado quando o presságio foi anunciado, os respectivos grupos proclamaram um e outro como reis ao mesmo tempo. Uns sustentavam que tinham direito ao poder com base na prioridade no tempo, outros com base no número de pássaros vistos. Surgiu assim uma discussão e da luta raivosa de palavras se passou ao sangue: Remo, golpeado na cabeça, caiu por terra. É mais notável a versão segundo a qual Remo, para surpreender o irmão, teria escalado os muros recém-construídos (provavelmente o Pomério), e Rômulo, com raiva, teria ameaçado com estas palavras: ‘Assim, de agora em diante, morra quem escalar os meus muros’. Deste modo, Rômulo se apossou sozinho do poder e a cidade fundada tomou o nome do fundador." (Tito Lívio)

Assim a cidade foi fundada sobre o Palatino e Rômulo se tornou o primeiro rei de Roma.

A lenda

Na Eneida de Virgílio, Enéias, filho da deusa Vênus, foge de Tróia, derrotada pelos aqueus, com o pai Anquises e o filho Ascânio, enquanto a mulher Creúsa, filha do rei Príamo, desaparece enquanto deixam a cidade. Quando Enéias se dirige à Itália, uma tempestade atinge o navio, por desejo de Juno, e o obriga a aportar em Cartago, onde é recebido por Dido, rainha da cidade.

Durante um banquete em sua homenagem, Eneias começa a contar suas aventuras: a queda de Tróia, o estratagema do cavalo e a fuga com o pai e o filho. Depois que fogem, refugiam-se no monte Ida, onde permanecem durante o inverno à espera da construção de uma frota, partindo em seguida para uma nova pátria.

No fim de sua narrativa, Dido está apaixonada por Eneias, porque Vênus substituiu o filho dele por Cupido, que acerta Dido com uma de suas flechas. Dido pede a Enéias que permaneça com ela e reine em Cartago. Enéias e seus companheiros, depois de ficarem um ano em Cartago, partem por ordem de Júpiter para o Lácio. Dido, vendo ao longe os navios de Enéias, maldiz a estirpe troiana e se suicida.

Depois de várias peregrinações no Mediterrâneo, Enéias aporta no Lácio, como sua mãe previra, dizendo que fundaria uma cidade na pátria de Dárdano (seu antepassado que, segundo a lenda, havia fundado Tróia). No Lácio, Eneias é acolhido amavelmente pelo rei Latino, que lhe oferece sua filha Lavínia em casamento. Entretanto, a princesa já tinha sido prometida a Turno, rei dos rútulos.

A disputa pela mão da jovem torna-se uma verdadeira guerra, da qual participam as várias populações itálicas, compreendendo etruscos e volscos. Eneias se alia a algumas populações gregas provenientes de Argos e estabelecidas na cidade de Palante, sobre o monte Palatino, reino do árcade Evandro e de seu filho Palante. A guerra é sangrenta (Palante morre logo, atingido por Turno e, para evitar mais vítimas, a disputa entre Eneias e Turno deve resolver-se em um combate entre os dois comandantes e pretendentes. Eneias mata Turno, casa-se com Lavínia e funda a cidade de Lavínio, a atual Pratica di Mare).

Fundação de Roma

História e arqueologia
Mapa com as Sete colinas de Roma.

Entre os séculos X e VIII a.C., a população da Península Itálica consistia em dois grupos itálicos principais: os osco-úmbrios e os latinos. Latim Vetus era o antigo território dos latinos, atualmente o sul do Lácio. Nas proximidades viviam os volscos, os sabinos, os aqueus, os rútulos e os ausônios. Ao norte de Roma habitavam os não indo-europeus etruscos.

Os latinos originalmente ocupavam os Colli Albani (montes Albanos), atual Castelli, entre 30 e 80 quilômetros a sudeste do monte Capitolino. Mais tarde se mudaram em direção aos vales, que tinham terras melhores para o gado e a agricultura.

A área em torno do rio Tibre era particularmente favorável e oferecia recursos estratégicos notáveis, já que o rio era uma fronteira natural de um lado, enquanto as colinas ofereciam uma posição defensiva segura do outro lado. Essa posição teria capacitado os latinos a controlar o rio (bem como o tráfego comercial e militar sobre ele), do ponto natural de observação na ilha Tiberina (a ilha em frente ao atual Trastevere).

Além disso, dominavam o tráfego terrestre, uma vez que Roma estava na intersecção das principais rodovias que vinham de Sabinun (no nordeste) e da Etrúria (no noroeste). Supõe-se que o desenvolvimento da cidade se iniciou em pequenas vilas separadas no alto das colinas, que se juntaram depois para formar Roma.

Embora estudos recentes sugiram que o Quirinal era a colina mais importante nos tempos antigos, parece que a primeira colina a ser habitada foi o Palatino (confirmando, portanto, a lenda), que era também o centro da Roma antiga. Seus três picos, colinas menores (Palatino, Viminal e Germalus), unidos aos três picos do Esquilino (Oppius, Cispius e Fagutal) e às vilas sobre a colina Celio e Suburra (entre o atual monte Rione e a colina Oppius), juntaram-se a eles.

Essas colinas tinham nomes expressivos: Celio era chamada Querquetulanus, de quercus (carvalho), enquanto Fagutal aponta para florestas de nozes, de fagus = noz. Descobertas recentes revelam que Germalus, na parte norte do Palatino, era o local de uma vila (datada do século IX a.C.) com choupanas circulares ou elípticas. Era protegida por uma muralha de terra (talvez reforçada por madeira), e é provável que este seja o local real da fundação de Roma. O território dessa federação era cercado por uma fronteira sagrada chamada Pomério, que enclausurava a chamada Roma Quadrata (Roma Quadrada). Esta teria sido ampliada com a inclusão do Capitolino e da ilha Tiberina no tempo em que Roma se tornou uma cidade fortificada. O monte Esquilino era uma vila-satélite que foi incorporada no tempo da expansão por Sérvio Túlio.

Festivais para o Septimontium (literalmente "das sete colinas"), no dia 11 de dezembro, eram relacionados no passado com a fundação. Mas, como 21 de abril é a única data de fundação comum a todas as lendas, surgiu recentemente a argumentação de que Septimontium estava mais provavelmente associada às primeiras federações entre as colinas romanas. Uma federação semelhante foi, de fato, celebrada pelos latinos em Cave (uma vila ao sudeste de Roma) ou no Monte Cavo (em Castelli).

De acordo com o historiador Francis Owen, em "Os povos germânicos", o povo que colonizou Roma pode ter imigrado de fora da Península Itálica, possivelmente derivado do mesmo grupo que formou os celtas ou germânicos. Traços da população fundadora seriam evidentes na aparência da aristocracia na época da República. Segundo Owens, as evidências disponíveis na literatura romana, nos registros históricos, nas estátuas e nos nomes de pessoas mostram que, na aparência física, a aristocracia romana diferia da maioria da população do resto da península. Os registros descrevem uma grande quantidade de personalidades históricas como louras. Adicionalmente, 250 indivíduos são registrados com o nome de Flavius, que significa "loiro", e há muitos chamados Rufus e Rutilius, que significam cabelo vermelho ou avermelhado. Os deuses romanos seguintes são citados como tendo cabelos loiros: Cupido, Apolo, Aurora, Baco, Ceres, Diana, Júpiter, Marte, Minerva e Vênus.[2]